sábado, 21 de abril de 2012

CHEGADAS E PARTIDAS
Gracinda Calado
De repente na estação. Todos os olhos demonstram um medo ou ansiedade. As pessoas andam para lá e para cá, não se cumprimentam, não falam, ficam pensativas, olhares distantes reflexivos...
Nos bancos da estação a espera corroi o peito enquanto esperam e de “olho” no relógio suam as mãos e os pés.
Em cada coração pulsa uma saudade, dos que se vão, ou dos que ficam com vontade de partir também. Por um momento fleches de alegria invadem a passarela da estação como se o trem se aproximasse para acabar de vez com a angustia dos que ficam e aliviar a dor e a saudade dos que partem.
 Choros e lágrimas calidamente escorrem nos rostos pálidos de algumas pessoas que partirão para nunca mais voltarem. Deixam atrás momentos de amores que passaram e nos desencontros de primaveras não souberam fechar o enredo de sua história. Os últimos momentos são eternos e delirantes na incerteza de não saberem o que o destino espera para acontecer.
Casais de namorados despedem-se com beijos e abraços, como se fossem os últimos de suas vidas. Enquanto isso o trem apita na curva do caminho avisando a chegada e em breve apitará avisando a partida.
O sino toca, depois de alguns minutos de pausa para as despedidas. Poucos são os minutos que correm rápidos separando os pares na estação. Todos tomam seus lugares. O trem começa a sair vagarosamente e os acenos se encontram na despedida louca de um adeus!
O que restou de tudo foram momentos que se foram com os que partiram, e a estação está deserta, calada, vazia, pois todos já seguiram seu destino. Os que ficaram saem sorrateiramente ainda enxugando as lágrimas derramas nas saudades.

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